É fato comprovado, a culpa realmente é das estrelas. E isso é uma pena, há coisas que não podemos simplesmente mudar.
Faz muito tempo, não sei exatamente quanto, mas de fato muito, que eu não lia um livro que me desse vontade de ler outros. Não sei como explicar isso, mas é como ler algo que por ser tão incrivelmente bom, nos impulsiona a buscar outras coisas que prometem ser tão ou mais incríveis que este algo.
"A Culpa é das Estrelas" é um livro que esteve na minha lista de desejos por um longo tempo. Desde que todo mundo explodiu em uma adoração louca pela história, e não sei porque não o li antes. Mas é bem verdade que o meu entendimento dele seria certamente muito diferente se o tivesse lido há alguns meses atrás. O livro em si pode aparentar ser bastante clichê, se você levar em conta o fato de que se trata principalmente de uma garota que tem câncer e de um garoto que também tem câncer. Mas o que o torna diferente dos demais livros e filmes que relatam histórias sobre isso, é que os personagens não estão vivendo como se o câncer fosse a única razão de eles estarem vivos, ou melhor, de estarem morrendo. Eles não se tornam menos interessantes, ou mais dignos de pena, nem tão pouco mais especiais que as outras pessoas. Os personagens são simplesmente eles, vivem de acordo com as suas limitações, e sofrem com os efeitos da doença, mas jamais deixam de ser quem são para ser quem o câncer quer que eles sejam.
A história é contada do ponto de vista de Hazel, uma garota de dezesseis anos que lida com um câncer de tireoide com metástase nos pulmões. Hazel é uma garota muito inteligente, não tem muitos amigos, e frequenta um grupo de apoio para pessoas com câncer. Sua vida andava meio pacata, sem muitas expectativas, até que em uma das reuniões do grupo ela conhece Augustus Waters. Augustus é um garoto de dezessete anos, é perigosamente lindo e seu osteossarcoma está contido há mais de um ano. A aproximação de Hazel e Augustus não demora pra acontecer, e os laços que começam a se criar entre eles vão ganhando forma ao longo da história. Em comum, eles encontram o gosto pela leitura, ao indicar seu livro favorito para Augustus, Hazel desperta nele um sentimento pela história tão ou mais intenso do que o que ela mesma sente, e isso é fato determinante na aproximação deles. Em busca de respostas sobre o livro, os dois vivem sua história de amor, mesmo que isso assuste e ponha em risco a forma como Hazel lida com a sua doença. Ela acredita ser uma granada prestes a explodir e a machucar todos os que estão a sua volta. Mas é claro que as coisas não acontecem como Hazel espera, e tudo toma proporções muito maiores e diferentes do que ela imaginava ser possível, sendo ela uma paciente terminal.
O livro tem uma escrita leve e cada página leva a outra página, de tal forma que se torna quase impossível parar de ler. A história é completamente envolvente e apaixonante, e arrisco a dizer que é até bastante imprevisível. É com certeza um livro que eu indicaria pra todo mundo, e também um livro que voltarei a ler.
Vou deixar aqui a minha "frase" favorita do livro, que acho que diz muito sobre tudo.
"Não da pra escolher se você vai ou não se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo. Eu aceito as minhas escolhas."
Você já leu este livro? Se não, gostaria de ler? O que encontrou ou espera encontrar nele?